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23 maio, 2006

Requiem do Nómada

Fotografia enviada por Maria Eduarda Dantas

Andei por tanto tempo à procura de tanto
para neste quarto de hospedaria
encontrar o meu ultimo poiso.
O que procurei foi a cura para as mágoas
que este fogo intenso de frustração sem fim
de quem não sabe o que procura
criou em mim...
Fuga das mágoas que magoaram os pés de tanto procurar,
pés que tentava controlar, mas que queriam dor!
É que a dor faz respirar...!

E eu procurava, incessantemente.
Obedecia-lhes cegamente.
Nunca souberam aproveitar o descanso de uma carpete macia,
nem de se deixar ficar nús, num só sitio,
por mais que uma noite suada...
Subi degraus até ao Céu, ceei com estrelas e anjos...
Desci a escadaria do Inferno onde queima o terror psicótico!
Nunca soube parar.
Nunca soube dar-lhes a voz de comando, aos pés,
aos sapatos, que sem retorno levaram à exaustão
da vida neste corpo...

E é um corpo cansado que se apresenta
no chão frio de pés nus hoje...

Na ultima força, deposito os sapatos carinhosamente,
sabendo que foram seres de ego próprio
que me ajudaram a fugir de mim,
e deito-me na cama desfeita,
fecho os olhos e parto,
sem pés,
sem caminho,
rumo ao infinito...


Rui Diniz

2 comentários:

Anónimo disse...

Estamos de volta ao teu Reino. Bom, na verdade nunca estivemos ausentes só anônimos.Estamos sempre com vc forte abraço
Maria Eduarda, Flávia, Pedro Ãngelo

RD disse...

Meus Caros Amigos!

Nunca os senti longe e mesmo que longe estivessem, num pensamento ficaram perto de novo!

Um Abraço a todos :-)
Diniz