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02 novembro, 2006

Eterna Despedida

Conhecer as tensões não significa
que não sinta.
Sou eterno contigo, como sempre tenho sido,
mas não fico pertencente à gaveta
de um assunto esquecido,
nem à caneta que desenhou em palavras
o sentimento permanente
das coisas que nos demos
e do muito que vivemos.

Entende que é por isto
que fumo;
este cigarro que me traz momentos
da paz contrafeita,
que como a Pessoa, liberta,
no seu fumo os pensamentos,
no meu momento sensitivo,
e competente,
d'alma desperta!

Nunca te abandonei, mulher ideal,
pertencente a um ideal
que não abracei,
concernente ao social "ismo"
que nos cataloga e condena.
Existirás para mim sempre
num memoriado sismo
até ao Advento.
És a mulher-missão
a quem a minha mão
devolve a Esperança
sempre nesta sua semelhança
mais contrária
ao teu lamento.

Chora, mulher,
chora de novo, neste momento
outra vez repetido,
nesta dádiva à tua vida
que ganhou sentido
e que com este alento
é renascida!
Serei para sempre esta marca
no teu leito,
e vez após vez
tatuarei na chama do peito
a memória monarca
que te fez!

Oh mulher...

Assino assim este poema como uma despedida
e as lágrimas inevitáveis,
de sal,
molham-me a vida,
humedecem esta voz sentida
de um julgamento meu,
escoam a culpa própria do processo
natural

de ser eu...


Rui Diniz




Eu, e portanto a Corte também, estarei de férias até dia 18.
Veremos que poemas trarei delas, se a inspiração me encontrar onde eu estarei!

6 comentários:

Poetas Almadenses disse...

Rui. Que estas férias sejam inspiradoras, mas que te divitas e descanses (que é para isso que elas são feitas, também). E aqui agradecemos a tua colaboração. São estes contributos que, quando todos juntos, nos dão força para continuar. Obrigada!

Anónimo disse...

Faço a ronda, não por imperativos menos concebíveis, mas porque este blogue é duma estética irrepreensível, comprometido com a beleza da vida, a merecer mais e constantes visitas, porque aqui respira-se serenidade, e sinto-me, dum modo agradável, satisfeito, porque a excelência não tem preço, simplesmente, apreço. Bom fim-de-semana.

Anónimo disse...

Felipe Nacimento passou pela Corte D'el Rei :)

Anónimo disse...

Eis aqui para desejar um óptimo fim-de-semana, enquanto aprecio esta página, sempre atractiva, eternamente interessante, continuamente apelativa, por todos os motivos. Um hábito que se tornou imprescindível, claro, porque a qualidade é muita.

Maçã de Junho disse...

Se por vezes contigo não concordei, se por vezes achas-te que as tuas palavras não chegavam a mim. Enganas-te!
Depois de ouvir o Luis declamar este poema, ele cresceu em mim, ele fez sentido e agora tenho de repetir a "Ode aos Declamadores" e dizer Rui: Tinhas toda a razão...
Ficou Sublime!

Um beijo Grande
Maçã de Junho

RD disse...

Agradeço-vos; Jofre, Ermelinda, Felipe e Margarida; por deixarem aqui um momento da vossa vida.

Fico Feliz.

Regressei de umas férias esperadas onde o inevitável inesperado aconteceu e devolveu assim às mesmas a naturalidade suposta do que afinal deveria ter sido desde o inicio... Parece confuso, mas é certo que alguém de facto escreve direito por linhas tortas!

Sempre Bem Vindos!
Diniz