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06 janeiro, 2006

Intervalo

Sento-me. Pauso a azáfama e vejo-te.
Olhas-me com aquela ternura que me torna rendido...

Servido numa bandeja de paz que tanto te apraz,
acendo o cigarro com os teus olhos e o fumo transpira-me.
Apoio o teu corpo e tu encostas-te;
o teu respirar no meu ouvido... sussuras carinho.
Aconchegas a tua face na minha,
numa dança de maçãs doces e apeteciveis
e sem pensar, minhas mãos sondam teu riacho,
beijam-lhe o fundo, guiam-se à nascente...

Sem aviso, largas-me um Beijo;
indelével, tatua-me a bochecha com fogo.
Deixo-me em magia entre braços,
resignado
ao suor salgado,
ao bafo quente,
ao sonho que usufruo...


Rui Diniz

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Diniz,
já pensou em mostrar os teus textos a um editor?
Vc consegue descrever com palavras simples sentimentos humanos como mágoa, amor, estado de enamoramento... isso é raro e extremamente apreciado.
Perdoe-me a ausadia, mas acho que vc deve confiar e apostar em seu dom que é escrever e dar um sentido lógico à vida de muitas pessoas que se sensibilizam com a força das palavras.
Boa Sorte
Renata

RD disse...

Obrigado pelo apoio, Renata.
No mundo actual de troca e investimento, no mundo em que a arte é um negócio e em que os números transcendem os sentimentos e a essência da Alma, é dificil, muito dificil, que algum editor preste atenção... mas deixo-lhe a minha palavra que o dia chegará para colocar-me nessa berlinda. Devo-vos isso. Obrigado :-)

Cumprimentos,
Diniz