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25 julho, 2006
Moinho do Malhão
Montanhas erguem-se a toda a volta
como se daqui uma planicie de céu,
de azul imenso, invertido,
me puxasse a caminhá-la.
Caminho daqui.
Voo com as asas da não-existência
e nada sinto;
nem o vento, nem a decadência
dos que daqui só vêem paisagem.
E digo isto sem orgulho!
Reflicto e compreendo que a não-existência
da planicie azul imensa, deste lugar,
de mim próprio, deste pensamento,
é exactamente a Luz que me devolve a Paz,
o carro parado
que ruma ao firmamento...
Rui Diniz
23 julho, 2006
A Manhã Chorou
Hoje, a manhã chorou.
O despertar do novo dia
cambaleou, deprimido
e encostado ao meu ouvido
segredou-me as mágoas do Sol.
"Como ele gostaria de brilhar sobre outro mundo!"
- disse-me a névoa que o antecede, soluçando -
"Como ele desejaria espalhar seus raios num planeta brando!"
"De nada vale, Manhã" - respondi eu a sorrir -
"Também a chuva dos teus olhos de hoje o cobre...
e nem assim deixa ele de existir!"
Rui Diniz
O despertar do novo dia
cambaleou, deprimido
e encostado ao meu ouvido
segredou-me as mágoas do Sol.
"Como ele gostaria de brilhar sobre outro mundo!"
- disse-me a névoa que o antecede, soluçando -
"Como ele desejaria espalhar seus raios num planeta brando!"
"De nada vale, Manhã" - respondi eu a sorrir -
"Também a chuva dos teus olhos de hoje o cobre...
e nem assim deixa ele de existir!"
Rui Diniz
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