Fotografia de autoria de Alex Gil
Piano de fundo,
é Jarrett em Viena,
um murmúrio
na roupa
que largamos em cena...
Umas mãos saudosas,
suaves e quentes,
invadem
teus espaços
incandescentes...
A boca de nós dois
resolve o mistério
por detrás
do sabor
de um beijo sério...
As verdades que vestimos
deixámos à porta,
que aqui dentro,
o momento,
é só o que importa...
Tens na pele
marcado
o mestrado da vida
e eu tenho na minha
suavidade contida...
Gritas e gemes
no teu mar revolto,
arrepios
atravessam-te
quando te volto...
Com as mãos na parede
eu entro em teu corpo,
vês que na verdade
ele tem estado
morto...
As mãos saudosas,
que agarram o arrepio,
são vivas lembranças
do teu rodopio...
Deixaste-me o corpo,
escorrendo prazer,
encontrei-te
nas nuvens
e refiz-te Mulher...
Se o orgasmo que soltas
for um grito infinito,
nós dois cantaremos
no prazer
deste calor...
bendito.
Rui Diniz
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21 maio, 2007
14 maio, 2007
Professor
Passo os meus dias com as crianças,
fingindo ser um pai que não respeitam.
Deixo a consciência à porta,
remeto o coração ao silêncio,
presido a rituais de veneração
a livros gastos e indolentes.
Não apresento nada de novo
e não o faço por mim.
Faço-o por chegar a casa e tê-la.
Faço-o para dar alimento ao corpo
e para preservar
este "eu" tão submisso...
Sou professor ou lá o que isso é...
não ensino nada nem tal é suposto;
devia ser um auxilio e não um posto.
As crianças nem me ouvem e ainda bem...
Eu alimento a esperança tímida
de que são os que fogem
que um dia
serão alguém...
Rui Diniz
fingindo ser um pai que não respeitam.
Deixo a consciência à porta,
remeto o coração ao silêncio,
presido a rituais de veneração
a livros gastos e indolentes.
Não apresento nada de novo
e não o faço por mim.
Faço-o por chegar a casa e tê-la.
Faço-o para dar alimento ao corpo
e para preservar
este "eu" tão submisso...
Sou professor ou lá o que isso é...
não ensino nada nem tal é suposto;
devia ser um auxilio e não um posto.
As crianças nem me ouvem e ainda bem...
Eu alimento a esperança tímida
de que são os que fogem
que um dia
serão alguém...
Rui Diniz
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