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09 maio, 2006

Vulcões

Luís Gaspar, autor do Estúdio Raposa, fez-me chegar um convite para participar com um texto para ser lido por ele numa nova categoria do audioblog... convite que me honrou imensamente!
Decidi-me por este poema que decifra um momento bem real de um Amor que foi eterno enquanto durou (como apregoava Vinícius de Moraes).
Obrigado, Luís! Está perfeito, emocionaste-me totalmente...


Clique aqui para ouvir: Lugar aos Outros #2




Uma brisa suave anuncia-nos o Céu
quando em êxtase cubro o teu corpo como um véu.

Que na troca de olhares, no sorriso cúmplice
tudo o que somos se resume.
Quando nada se diz e o suor escorre
e o teu prazer pede que o exume
os beijos falam...
e o medo morre!

Aí, o vulcão que te liberto mergulha-me;
minha boca sente na tua todo o mel
dos favos ricos, da tua sede, do pincel
com que a tua mão pinta arrepios na minha pele.

A tua lava envolve-me, ardente e segura
e deixa do meu pranto a fonte enxuta
e quando ao acaso o teu verbo augura
entrego-me extático sem dar luta!

E é aí, nesse mesmo momento
em que partindo da tua face benzida a prazer,
do teu espirito já errante, viajante, voador,
que o meu se funde à tua Paz com um grito que vem ser
como o de Ipiranga, libertador!

Voamos para além do Céu!
Voamos para além da dor!
Voamos para viver o que o destino nos investe...
A Paz celeste...
O nosso Amor!



Rui Diniz

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda estou arrepiada! Não consigo escrevre mais nada!

Anónimo disse...

Enfim vc alcançou o teu primeiro degrau em direção ao reconhecimento total do teu talento.o Texto foi muito bem escolhido, tudo esta maravilhoso. Parabéns mesmo, estamos felizes por vc.
Maria Eduarda

Anónimo disse...

É interessante ouvir o texto numa voz masculina, com sotaque portugues, dá-se a sensação de que é vc quem o declama rss.
Fiquei emocionada em saber do teu sucesso e de ouvir tão belo texto.
Vamos comemorar o primeiro de muitos outros passos q vem por aí. Felicidades.
Renata

RD disse...

Não me canso de vos agradecer toda a ternura com que acolhem e continuam a aconchegar bem dentro do vosso coração este espaço.

Se consideram este momento um passo importante, registem mais uma vez com satisfação: nada disto existiria sem vós.

Devo-vos muito.