Percorre com as mãos a tua face
e considera o que somos...
tão pouco, comparados com o tudo,
mas um tudo só por si.
Há quem pense
que nada é mais cruel que este corpo,
que sofre, que sente,
que necessita,
mas nem a crueldade é independente,
nem assim se identifica!
Percorre com o pensamento o que dizes ser;
no corpo, milhões de átomos,
moléculas, células!
Na consciência,
uma miríade de condições
sem pertença.
A crueldade e o amor são um mesmo
não dualista.
Dependem um do outro,
nutrem-se, alimentam-se
e nós só os sentimos
porque ambos existem.
Percorre apenas com as mãos a tua face
e deixa-te estar...
levados pela corrente,
deixemo-nos revelar
p'lo desenlace!
Rui Diniz
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14 outubro, 2006
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7 comentários:
Um poema com um certo mistério e tristeza, que me leva a imaginação por caminhos onde o sofrimento é superior às forças...
"...Percorre apenas com as mãos a tua face..."
... e deixa um sorriso de esperança.
Um abraço e bom domingo ;)
Este sim, é um belo poema
abr.
Muito bonito.
Parabéns Rui ;)
Agora com mais algum tempo...nas vésperas de te conhecer...vim aqui ler-te e embranhar-me na tua bela poesia .
Jinhos, já tinha saudades disto.
Bom fim de semana
Nesta sexta-feira ao som cadente da chuva que embala, visito as páginas que mais aprecio e cuja qualidade sempre me atrai: Parabéns e bom fim-de-semana, pois aqui descanso meus olhos no teu blogue, entre este magnífico poema. Só ficava a perder se não viesse espontaneamente visitar.
Ola passando pra conhecer seu blog seus poemas e me encantei.
Saio calada e refletindo com tanta expressão e sentimento.
Um gde abraço.
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