
É à luz do candeeiro na tua sala
que encontro o resguardo
da minha própria sombra.
Perdia-me na minha noite,
vagabundo, derrubado, derrotado,
renegado pela minha concepção de mim,
ainda que a mim imposta...
Sempre tive escolha e não escolhi.
Sempre tive na minha mão
a segurança de que o Mundo
é outro e não este;
de que o véu é um véu
e não o escuro fundo
de uma existência funesta.
É à luz do candeeiro dos teus sonhos
que descubro,
enquanto a nossa carne se fricciona,
que a Alma afinal redescobre-se
a cada orgasmo,
pelo poder das feromonas que acciona
em nós, o entusiasmo de estar vivo.
Podia continuar perdido mas encontrei-te;
e contigo nesta sala das nossas noites
descobri o dia de sol que sempre quís ver;
rebolei nas concepções de amor e Amor
e nunca me pediste que voltasse
aos teus braços, nunca!
Nunca pediste que nos soldasse num compromisso...
E é isso que faz com que permaneça
o Desejo que nos mantém quentes,
noite após noite,
sem esperança,
nem vontade,
que amanheça...
Rui Diniz
9 comentários:
Soberbo!
É preciso um momento de inspiração suprema, para fazer perante um candeeiro este poema.
Adorei.
Grata por este momento que nos ofereces.
Um abraço e bom fim de semana ;)
Bem...foi mesmo no candeeiro que te inspiraste?
Beijo ;)
"...É à luz do candeeiro dos teus sonhos
que descubro,
enquanto a nossa carne se fricciona,
que a Alma afinal redescobre-se
a cada orgasmo,
pelo poder das feromonas que acciona
em nós, o entusiasmo de estar vivo."
... e como é bom estarmos vivos!
;)
Espero que não te importes que tenha levado "emprestado" o teu poema.
Algum inconveniente diz, que será de imediato retirado.
Um abraço ;)
Nunca há problema por muitos motivos e mais este: a fotografia é tua :-)
Aliás, até agradeço pois é um prazer!
Beijos!
Diniz
olá vim aqui por sugestão da menina marota: bem vamos lá a ver se consigo por em palavras aquilo que senti quando li as tuas letras, se te dissesse que voltarei chega? volto sim, adorei. parabéns sofialisboa
É o melhor elogio que me poderás fazer, voltar cá. :-)
Está estupendo este este poema. É mesmo um dos teus de que mais gostei. Mas pego na pergunta da "Poesia Portuguesa": Foi mesmo (foi só) no candeeiro que te inpiraste?
Um abraço
Olá Rui,
Muito bom este poema, e sem dúvida um belo desafio.
Gostei muito.
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