
Éramos duas figuras rolando na escada da vida,
dois semblantes sem rumo, de alma vazia...
Assim éramos e assim fomos.
Assim nos encontrámos pela Magia do segundo
em que a surpresa vem na sensação de lá termos
sempre estado,
sempre presentes,
como que
sempre felizes.
Nada mais houve de importante nesse dia;
nem a causa que ganhei a um amigo das histórias,
nem as vitórias tuas no jogo do jornal;
passámos ao lado do banal e encarnámos a fantasia.
Os pombos serviram o pretexto,
mas fomos nós que deixámos palavras voar
e alojar-se no sangue,
qual carvão,
atiçando o fogo de uma paixão que será eterna porque morreu,
bem antes de falecer...
Anulados pela vida, encontrámo-nos,
no fim de mais uma tarde vencida,
ultrapassada pelos meandros de quem se desenrasca
com um café e um cigarro
e se alimenta do milho atirado
aos pombos-cegonha do nosso amor nascido.
Eu sempre soube que lá estarias;
nas escadas da maternidade
e do túmulo do nosso Momento,
perpetuado apenas na eternidade
de um pensamento...
Vivemos anos em horas...
por isso não estranhei o teu convite
para ir até onde moras
aguçar ao teu corpo o apetite!
Encontrámo-nos aí na tal Magia do segundo
em que a surpresa vem na sensação de lá termos
sempre estado,
sempre presentes,
e agora,
sempre ausentes...
Rui Diniz
5 comentários:
ólá Rui,
Com uma produção a este ritmo, nem nos deixas respirar E então não é que inté consegues desmentir o ditado popular de que "depressa e bem não há quem"? pois aí está
Abraço
"...Os pombos serviram o pretexto,
mas fomos nós que deixámos palavras voar..."
Um poema perfeito para uma imagem extraordinária.
Parabéns e um abraço aos dois autores.
;)
É já uma obrigação para mim, vir aqui ler-te e, assino as palavras da "Marota".
Perfeito este momento. Em imagem e poesia.
Um abraço e parabéns a ambos.
;)
Ora vivam meus amigos!
Muito me honram com vossas visitas e palavras.
Obrigado pelo apoio, sou feliz por saber que este espaço vos é querido!
bonito poema a ilustrar uma imagem de grande sensibilidade. parabéns!
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