Consigo agora saborear o doce Tejo
como a um milagre.
Confundo suas águas com a tua pele;
nas algas curtas que nele se banham
vejo o teu cabelo risonho...
Um barco passa, um sorriso teu;
o rasto que transpira
é o ajuste na tua face quando me olhas
feita Lua.
Tu mostras-me a Lua de todas as cores,
todos os tons
todas as indiferentes diferenças
que me ensinas a ver...
mesmo no cinzento de um céu nublado...
E perco-me na tua imagem...
Alcanço contigo a outra margem!
O Sol vai-se escondendo atrás de ti,
o Tejo leva ao Mar o teu beijo,
para se perder na tua foz arrepiada,
como eu, quando embriagado no desejo
de te dar a madrugada...
A luz da doca mistura-se
com o arrepio da tua lingua em meu suor...
A boia baloiça num movimento ritmado,
como quando me fundo em ti
e na Estrela brilhante
que te habita
a Alma...
Rui Diniz
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02 fevereiro, 2007
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3 comentários:
Estás lá. Agora é só continuar!
Luis Gaspar
Epá... um elogio do mestre e amigo Luiz Gaspar é para levar a sério! :-)
Pronto, só por essa, vou mesmo continuar.
Um Abraço! :-D
Diniz
Não sou muito bom em palavras, em me expressar, só consigo dizer que adorei este poema.
M.Antunes
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