Algures, num momento de silêncio,
neste campo aberto que é a minha vida,
de noite,
sempre de noite - quando a magia acontece,
surge uma forma no vento
e nele,
um poema suspirado.
É certo que os poemas são mesmo efémeros
e as palavras um dia serão nada,
desaparecerão no esquecimento das eras
tal como as peles que vestimos
e os nomes que ostentamos.
O poema que é teu,
trazido pela brisa que na relva fresca te desenha,
um dia não será mais que outra coisa,
acompanhando-nos,
na impiedosa sucessão de formas e sabores
que provamos
e temos de largar.
Mas esse teu suspiro
e essa tua forma
e esse teu poema
e esse teu sentido (tão próximo do meu)
pintaram-se no quadro do horizonte
deste campo aberto que é a minha vida...
e de noite, sempre de noite - quando a magia acontece,
a realidade perceptível da ilusão do universo
colidirá com nossos fogos,
ardendo em uníssono,
dançando no mesmo vento
que agora desenha nós os dois,
que agora suspira o ar quente da cama embriagada,
que nesse momento se deixa entregar...
no mesmo campo aberto que é a nossa vida
e de noite - quando a magia acontece,
àquela pequena parte de um segundo
de uma eternidade passageira.
Rui Diniz
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31 julho, 2007
13 julho, 2007
Crepúsculo
Fotografia de autoria de Selena Nery

O mar âmbar morrediço de mais um dia
que se dilui na dureza inexpugnável da penumbra,
traz o encanto e a magia,
traz um manto feito sombra.
A manhã nova que já se aguarda
nada mais traz na sua farda
que outro dia e outro "amor",
e outro sol e outra dor,
e outra conquista pelo ser maior
que na sua empresa,
mais perde de vista
a Natureza.
Humanidade perdida,
a quem ciclicamente a paz é concedida
no intervalo precendente a cada açoite;
Humanidade arrefecida,
que deste o teu poder aos deuses da vida
e que agora gelas no medo da noite.
Ah! A manhã nova que já se oferece
que nada mais traz, em que nada acontece,
é a nova era de um novo mesmo,
em que outra farsa, em que outro sismo,
em que outro céu, em que outro abismo,
nos envolverá na certeza
que mais perde de vista
a Natureza.
O mar âmbar morrediço de mais um dia
que se dilui na dureza inexpugnável da penumbra,
traz o encanto e a magia,
traz um manto feito sombra...
Rui Diniz
O mar âmbar morrediço de mais um dia
que se dilui na dureza inexpugnável da penumbra,
traz o encanto e a magia,
traz um manto feito sombra.
A manhã nova que já se aguarda
nada mais traz na sua farda
que outro dia e outro "amor",
e outro sol e outra dor,
e outra conquista pelo ser maior
que na sua empresa,
mais perde de vista
a Natureza.
Humanidade perdida,
a quem ciclicamente a paz é concedida
no intervalo precendente a cada açoite;
Humanidade arrefecida,
que deste o teu poder aos deuses da vida
e que agora gelas no medo da noite.
Ah! A manhã nova que já se oferece
que nada mais traz, em que nada acontece,
é a nova era de um novo mesmo,
em que outra farsa, em que outro sismo,
em que outro céu, em que outro abismo,
nos envolverá na certeza
que mais perde de vista
a Natureza.
O mar âmbar morrediço de mais um dia
que se dilui na dureza inexpugnável da penumbra,
traz o encanto e a magia,
traz um manto feito sombra...
Rui Diniz
06 julho, 2007
Guerreiros !
Guerreiros!
Irmãos meus!
Que outrora nas vossas lâminas
sucumbiram as doenças da Terra!
Chamo-vos de novo, Irmãos!
Toco o sino do chamamento
que vos acorda das drogas e das novelas,
que vos devolve o punho firme,
o escudo erguido,
as lanças de sentinelas!
Guerreiros!
Irmãos de sangue!
Filhos da serpente das estrelas
atormentada por vossas vozes!
Gritai de novo, Irmãos!
Canto a melodia da batalha
que vos bombeia o coração e os sentidos,
que vos veste a armadura brilhante,
o elmo nobre,
a aliança dos contidos!
Guerreiros!
Irmãos de alma branca!
Reergam os batalhões de nobres bravos
que outrora derramaram sangue Atlante!
Venham a mim, Irmãos!
Toco o sino do chamamento
que vos invoca à chuvosa alvorada,
que vos devolve a coragem
e às nossas mãos,
a fiel espada!
Rui Diniz
Irmãos meus!
Que outrora nas vossas lâminas
sucumbiram as doenças da Terra!
Chamo-vos de novo, Irmãos!
Toco o sino do chamamento
que vos acorda das drogas e das novelas,
que vos devolve o punho firme,
o escudo erguido,
as lanças de sentinelas!
Guerreiros!
Irmãos de sangue!
Filhos da serpente das estrelas
atormentada por vossas vozes!
Gritai de novo, Irmãos!
Canto a melodia da batalha
que vos bombeia o coração e os sentidos,
que vos veste a armadura brilhante,
o elmo nobre,
a aliança dos contidos!
Guerreiros!
Irmãos de alma branca!
Reergam os batalhões de nobres bravos
que outrora derramaram sangue Atlante!
Venham a mim, Irmãos!
Toco o sino do chamamento
que vos invoca à chuvosa alvorada,
que vos devolve a coragem
e às nossas mãos,
a fiel espada!
Rui Diniz
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